Foto: Reprodução |
Quem já teve cálculo renal, popularmente conhecido como pedras nos rins, dificilmente consegue esquecer o principal sintoma: uma dor aguda nas costas, que não melhora com nenhuma posição, e é mais incômoda do que o parto. Como se não bastasse, ela ainda pode vir acompanhada de náuseas, vômitos e sangramento na urina.
De acordo com o médico Daniel Rinaldi dos Santos, entre 5% e 10% da população brasileira já teve ou vai ter cálculo renal uma vez na vida. Sendo que, desses, 50% apresenta um histórico familiar do problema. Para evitá-lo, o conselho médico é antigo e bem simples: beber, no mínimo, dois litros de água por dia.
“O tamanho do cálculo não é a realidade pelo tamanho da dor. Em alguns casos, mesmo os pequenos mal posicionados podem doer muito. Para prevenir, o melhor é beber muita água. Não é suco, não é líquido, é água pura”, aconselha o médico Hercílio Alexandre da Luz Filho.
O que é pedra nos rins?
Também chamada de cálculo renal, a pedra nos rins surge com acúmulo de cristais na urina, que pode ser o ácido úrico, cálcio, cistina e, na maioria dos casos, oxalato. Essas substâncias se aglomeram e se depositam nos rins ou nos canais urinários, formando algumas “pedras”, que podem gerar complicações para serem eliminadas.
Quais as causas do cálculo renal?
A principal causa para formação de pedras nos rins é a baixa ingestão de líquido, mas há outros fatores que podem agravar o problema. “Fatores metabólicos e falta ou excesso de algumas substâncias podem causar desequilíbrio na urina, o que contribui para a formação de cálculos. Como, por exemplo, quando a pessoa perde muito cálcio na urina ou tem a urina pobre em citrato. O ideal é manter tudo em equilíbrio”, explica Daniel. De acordo com ele, dependendo do tipo de cálculo, também é importante evitar uma dieta rica em sal e carne vermelha e não consumir excesso de vitamina C.
É mais comum em homens ou mulheres?
O cálculo renal pode se formar em homens ou mulheres, principalmente na fase adulta, mas segundo Hercílio, existe uma tendência maior do problema em pessoas do sexo masculino. “A diferença é de 60% dos casos em homens e 40% em mulheres”, explica ele. Vale lembrar que, ainda que em menor escala, o cálculo renal também pode atingir crianças.
Qual a quantidade de urina necessária que devemos eliminar diariamente?
Uma boa forma de prevenir o problema, é ficar atento à quantidade de urina liberada diariamente. “O volume urinário deve ser grande. O indicado é eliminar 30 ml de urina por quilo de peso corporal. Ou seja, se uma pessoa tem 65 kg, deve liberar, em média, 1.900 ml de urina diariamente”, explica o médico Daniel Rinaldi dos Santos. Outro aspecto importante é a coloração do xixi, que nunca deve apresentar um aspecto escuro.
Quais são os sintomas?
Quem já teve cálculo renal diz que é pior que a dor de parto. E, segundo os especialistas, esse é de fato o sintoma mais comum entre os pacientes. “O principal sintoma é dor, principalmente quando o cálculo se localiza entre o rim e a bexiga, o que causa a cólica renal. Quanto maior o cálculo, maior a dificuldade de vencer essa barreira. Mas às vezes cálculos pequenos também provocam muita dor se tiverem mal posicionados”, conta o médico Hercílio Alexandre da Luz Filho.
A dor forte que começa na região das costas pode vir acompanha de náuseas, vômitos, sangue na urina e infecções urinárias. Ainda assim, em alguns casos, há pacientes que, mesmo com pedra nos rins, conseguem eliminar o cálculo espontaneamente, sem dor.
É verdade que os casos de pedras nos rins são mais frequentes no verão?
Sim. Segundo um levantamento do Centro de Referência da Saúde do Homem, em São Paulo, os casos de emergência por pedras nos rins aumentam 30% na estação mais quente do ano. “No verão, quando a pessoa sua muito, ela libera líquido por outras vias que não a urinária. É a época do ano em que mais precisamos repor água. Quando isso não acontece, aumenta o risco de formação de cálculo”, detalha Hercílio.
Como é feito o tratamento?
Se sentir cólica renal, o ideal é ir para o hospital, onde os médicos aplicam soro e medicamentos para aliviar a dor. Em 90% dos casos, as pedras são liberadas de forma espontânea. De acordo com o Dr. Daniel , isso acontece quando o cálculo tem até 6mm, mas o tempo para eliminar varia de um paciente para o outro. Em casos mais graves – quando há dor e infecção urinária, mas o cálculo não sai de forma natural – é necessário retirá-lo cirurgicamente.
O paciente pode voltar a ter cálculo renal?
Sim. É muito comum que pacientes tenham pedra nos rins mais de uma vez na vida. “Por isso, assim que o cálculo for eliminado, é importante que ele faça uma avaliação metabólica para saber por que tá tendo cálculo”, aconselha Daniel. Isso diminui as chances de o problema reaparecer.
A pedra nos rins pode gerar outras complicações?
Sim. O cálculo renal pode gerar lesão nos rins, hipertensão e infecção urinária. “O grande problema são as infecções associadas. Cada episódio de infecção tem chance de deixar uma sequela no rim, como se fosse uma ferida. E com repetição das infecções, o paciente pode ter perda da função renal”, alerta o Dr. Hercílio.
Como evitar?
O primeiro passo é ingerir, no mínimo, 2 litros de água por dia. “À noite é mais comum formar o cálculo porque as pessoas seguram mais a urina e aumenta o acúmulo de cristais. Então é fundamental beber água também neste período”, indica Daniel.
De acordo com o especialista, também é importante evitar o excesso de vitamina C e apostar em uma dieta rica em fibras e frutas, principalmente as cítricas, como laranja e limão. Se já tiver apresentado o problema uma vez na vida, o melhor é procurar um médico e avaliar as funções metabólicas para ver se é necessário ou não abrir mão de algum medicamento.
Fonte do Artigo: Terra.com.br
Comentários
Postar um comentário